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  • Foto do escritorLucas Chiquetto

Arquétipo de marca. Importante até em Tomb Raider.



Está presente na vida de todo mundo, mas nem todos se dão conta que eles existem. Hoje, nada é criado por acaso. Há sempre uma razão para criar identidade e conexão emocional com os consumidores. Para fazer isso de forma estratégica, muitas empresas e pessoas sérias se baseiam nos arquétipos. Os especialistas em marketing podem moldar as características e valores das marcas de uma forma bastante eficaz.


Certo, Lucas. Mas o que são arquétipos? Carl Gustav Jung, o famoso psiquiatra e psicoterapeuta suíço, diz que são padrões universais de comportamento e personalidade que despertam respostas emocionais profundas, proporcionando uma forma poderosa de comunicação que os consumidores podem, facilmente, identificar e se relacionar. São imagens e padrões universais que derivam do inconsciente coletivo e são a contraparte psíquica do instinto. Ao todo são 12 arquétipos. E, acredite, é possível que todos nós tenhamos um pouco de todos eles dentro de nós, mas, num geral, sempre vai ter um que sobressai mais do que os outros.


Foi então que duas autoras, a Margaret Mark e a Carol S. Pearson, no seu livro O Herói e o Fora-da-Lei, trouxeram o conceito do Jung para o mundo das marcas.


Dentre os 12 arquétipos de marca amplamente reconhecidos, temos o Criador, Cuidador, Governante, Bobo da Corte, Cara Comum, Amante, Herói, Fora da Lei, Mago, Inocente, Explorador e Sábio.


E, na sua opinião, qual é o arquétipo que a nossa heroína dos games favorita, Lara Croft, se enquadra melhor? Certamente, você deve estar assim como eu, na dúvida se ela pode ser uma Fora da Lei, quando decide não seguir padrões das famílias ricas britânicas, de se vestir como uma dama ou tomar chá das 5 pontualmente com as amigas chiques; ou no arquétipo do Herói, que simboliza a pessoa que percebe um problema no mundo e sente um chamado interior para resolver esse problema, ou a personificação perfeita para o arquétipo do Explorador (ou aventureiro), que evoca a emoção da exploração, descoberta e busca pelo desconhecido?


Na minha opinião, ela tem os três, certamente, mas em momentos diferentes. Mas, o que mais mostra a sua personalidade, o seu jeito de ser, é o arquétipo do Explorador. Como uma ótima Tomb Raider, a arqueóloga destemida e corajosa Lara Croft, ela está sempre pronta para enfrentar perigosas expedições em busca de tesouros perdidos e segredos antigos. Suas aventuras em ambientes exóticos capturaram a imaginação de milhões de jogadores em todo o mundo.


A arqueóloga personifica várias características-chave do arquétipo do Explorador. Ela é corajosa, determinada e desafia perigos sem medo. Sua principal motivação é a busca pelo conhecimento e pela verdade, impulsionando-a a explorar lugares remotos e enfrentar perigos mortais. Além disso, Lara Croft é habilidosa, inteligente e adaptável, características que a ajudam a superar obstáculos e resolver enigmas complexos.


Lara Croft também se tornou uma figura inspiradora para muitos jogadores. Ela representa a capacidade humana de superar adversidades, persistir diante de dificuldades e alcançar grandes feitos. Sua independência, habilidades atléticas e inteligência a tornam um exemplo de empoderamento feminino no mundo dos jogos.


A marca Tomb Raider também utiliza o arquétipo do Explorador para criar uma identidade envolvente e autêntica. Ao incorporar os traços de personalidade de Lara Croft, a marca transmite emoção, aventura e uma sensação de descoberta. Os jogadores são transportados para mundos imaginários, ao redor do mundo, onde podem experimentar a adrenalina de enfrentar perigos e desvendar mistérios.


Por meio da identificação com o arquétipo do Explorador e com a personagem de Lara Croft, a marca Tomb Raider estabeleceu uma conexão emocional duradoura com seu público, desde 1996, inclusive comigo mesmo. Os jogadores se sentem inspirados e motivados a explorar seu próprio potencial, assim como Croft.


Os arquétipos de marca são ferramentas poderosas para criar identidade e conexão emocional com os consumidores, seja no Cinema, na Publicidade e Propaganda e, também, nos Games. Ao incorporar arquétipos como o Explorador, as marcas podem criar uma narrativa envolvente e autêntica que ressoa com o público-alvo, estabelecendo uma conexão duradoura e significativa.


Conexão duradoura e significativa é algo que Tomb Raider, e sua brand persona, Lara Croft, consegue fazer bem. Aliás, muito bem.



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